LEMBRANÇAS PARA A CULMINAÇÃO DA DOR

Nada vos devolve aquilo

que perdestes,

podes como um estranho

relembrar.

Ontem de fato,

fez Sol,

Andrômeda, Sírius, Vênus, o Globo Terrestre,

suspensos no nada, e

Deus a nos olhar e sorrir com certo orgulho-

como as nossas mentes brilhantes

evoluindo novas formas

de matarem novos pensamentos

e de lembrarem com a sabedoria

dos anciões abandonados

dos antigos massacres da história

feitos pelas mãos brilhantes dos nossos antepassados

para simplesmente

cometerem novas atrocidades

de modo vário nos tempos futuros.

Mas como,

lembrar das tragédias

se isso não me traz nenhuma tristeza e

tampouco a alegria

do calor de um abraço

e de uma despedida,

pois de fato

aqui é onde estou

NULO

(sozinho

com todos)

os inimigos da pátria e dos justos

-que são muitos e sempre estarão conosco-

como a Shell, o Mac Donald´s, o Carrefour,

mas deixo claro a todos que não me importo

se os ianques dominam nosso mercado, e

isto, ao menos não

é tentador.

E me pergunto agora cara-a-cara

com o meu rosto lavado na pia de

hoje, dia 18 de outubro:

estamos de fato em uma conspiração?

E respondo: que Deus existe

e de fato ele é tão bom,

mas é um bem que não me atinge

senão quando salva meus semelhantes

torpedeados

bombardeados

ultrajados.

Contudo,

olho

a miniatura colorida do globo terretre pousado em minha mesa

-- É tão pequena e frágil

e como gira na minhas mãos.

Esqueço a lembrança como

a folha

aberta em dia

a vida

a minha, a sua

limpa,

lavada

dignamente

LIMPA.

Leo Linares

ps.: "tal poema foi perdido e devia medir cerca de 3 pgs. Aqui tentei recriá-lo aproximando as lembranças do original com o material que tinha em mente, mas creio ter ficado inferior ao original ."

Leo Linares
Enviado por Leo Linares em 22/11/2005
Código do texto: T74987