Se calassem a voz da humanidade

Se dela tirassem a propriedade

A alma seria rarefeita.

 

Os silêncios oportunos só cabem

Na ausência de sentimentos.

 

No mais, correm ligeiras as dores

Perdidas em dissabores

Infindo de emoções,

Particulares.

 

Calada pelo tempo,

A esperança...

Agora em fuga,

Desenfreada.

Respira aliviada.

Olhando pra trás.

 

Já trocou de lentes

(algumas vezes).

Já perdeu os óculos.

Já perdeu os sentidos.

Já se perdeu.

 

Mas abrolha em terreno árido.

Verdejante como a cor dos seus olhos.

De menina!

Que não a deixa morrer.

Esperança veste óculos...

E a armação que a sustenta?

É equilibrista...

 

Se calassem a voz da humanidade.

Se dela tirassem a propriedade.

A esperança resistiria:

Como uma menina...

De óculos.

 

 

 

 

 

 

 

Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 21/04/2022
Reeditado em 22/04/2022
Código do texto: T7499877
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