Sou aquilo que não tem nome

Ah este meu desejo de tudo abarcar

A um dia de me matar,

Lembrando quem nunca poderei ser.

E como que versos espatifados

Por um ranger de dentes,

Ouso tensionar escrever este,

Mesmo descrente.

Cito a mim mesmo em terceira pessoa

E escrevo como um filósofo,

Julgo até poder dar aula,

Mas quem sabe dessa jaula

Eu um dia saia.

Não sei se tudo é apenas sonho,

Mas sonho e tudo me parece o mesmo,

Como o grito do invisível, e um acorde dissonante.

A imprevisibilidade me chamava,

Hoje mais do que antes

E mesmo sendo sujeito grande

A minoridade é o meu nome,

Então não ouse me admirar.

Faço de tudo o que eu vi

O que é por natureza,

Aquilo que por o ser

(Ter nome),

Não é nada mais que profundeza.

Mesmo o imperfeito sendo o que é,

E o poço tão fundo quanto o fundo abstrato do poço,

Sou para mim desconhecido,

Como o desconhecido profundo do poço.

E ouso impertinentemente pôr um fim em tudo isso,

Só por não ser eu, por isso é tão fácil,

Por que mais seria?

Este decrépito solo jaz eu?

Oaj Oluap
Enviado por Oaj Oluap em 26/04/2022
Reeditado em 26/04/2022
Código do texto: T7503130
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