Principio o meu banzé
Armando meu fuzuê
Sem carecer de dublê
Pois pro serviço dou fé.
Comigo, no rapapé
Suçuarana, angorá,
Faz dupla com o boitatá;
Cascavel dança balé.
Na boca de um jacaré
Faz moradia um gambá.

Pra por fecho em bafafá,
Eu boto no xilindró,
Mando fechar paletó
Dou chá de maracujá.
Faço casar alvará
Do cambista e camelô.
Desarmo qualquer complô.
Viajo pra Bogotá
E abafo o blábláblá
Sem ficar borocoxô.

Ponho abaixo um bangalô,
Faço mudar a maré,
Deixo um lúcido lelé
Só com um golpe de judô.
Numa bolsa de tricô
Prendo um Saci Pererê
Com uma agulha de crochê
Teço pra ele um maiô.
Na magia de Xangô
Transformo pedra glacê.

Inicio uma turnê
Junto com Alibabá
E saqueio Bagdá
Sem precisar comitê.
Faço rodar bambolê
Um elefante bocó,
Em relâmpago dou nó,
Sem tampa tranco um baú,
Pesco no mar um jaú,
Nado num rio de pó.

Numa uma rede de cipó
Capturo um tatuí
E faço entrar um saí
Na casa de mãe-filó.
Chego num forrobodó
Danço xote com uma rã
Faço nascer uma anciã
Do caroço de um juá
E convenço um carcará
A casar com a jaçanã.

Quando chega de manhã
Bebo um suco de jiló
E rumo pro cafundó
Com a filha de tupã.
Em sua boca de maçã
Provo o gosto do jabá
E penduro um patuá
No pescoço do pajé
Que carrega um pangaré
Chocalhando o seu ganzá.

No pau do jacarandá
Faço a cobra dar no pé
Um sapo dizer que é
Filho de um tamanduá.
E enquanto um sabiá
Remeda um carijó,
Eu instruo um curió
A cantar só por cachê.
Sem usar nenhum clichê
Ponho fim ao qüiproquó.

E como quem não tem dó
De ensinar o bê-á-bá
Eu reparto o meu maná
E divido o pão-de-ló.
Sacudo, de vez, o pó,
Dou no sapo um pontapé
E parto pra Canindé
Pra ensinar o á-bê-cê.
Se ficou bom pra você
Feliz encerro o banzé.

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