A madrugada...

Um gole! Um gole a, mas de vinho!!!

Vinho este extraído da, mas pura indiferença.

Vinho que amarga o gosto seco do desejo

Deliciando a alma amargada pelo tempo.

A garrafa ainda tremula na mão do incrédulo

Colocando-o na taça sobre a mesa vazia

Respingos do vinho caem sobre o assoalho

O corpo sedento por mais um gole...

Entrai! Grita sem respostas ouvi-se o abrir da porta

Apenas o vento bate sem trazer noticias

Mas toca o rosto o sereno da madrugada triste

Amante dos boêmios e consultora dos poetas vadios.

A chama do único fósforo ilumina o semblante

Um olhar calmo leva aos lábios o ultimo cigarro

Que como uma fina fumaça trazem a tona formas...

Formas errantes como o pensamento que se desfaz.

Ouçam a aquela musica que lembra... Lembra!

Estas lembranças agora lhe fogem, não lembra, mas.

Termina o cigarro que acabara de acender, e o vinho;

Ainda tocado por sua melhor amante, a madrugada.

Como sempre ela o acompanha ate o amanhecer

Deita-se na cama fria como a um vagabundo saciado

Embriagado pela tristeza do olhar no espelho

Mas com a certeza que ela vai voltar... A madrugada.