O FRENESI DOS "BONECOS"

Vejo “bonecos” de ventríloquo,

Sentados ali, olhando para o céu;

Sob a mão hábil de quem manipula

E gesticula com falso dom.

Face de gesso,

Voz de “demônio”;

Voracidade!

“Bonecos” fantasiados de santos,

Aos prantos e espantos

Com grito de horror.

Manipulados, orquestrados,

Explorados na dor.

Não sei se tenho pena de quem toca

Ou de quem dança

Nessa tardança

Em se acordar.

Enquanto isso,

Os aproveitadores

Esbaldam-se

No frenesi dos “bonecos”.

Ênio Azevedo