ESTAÇÕES.

Colho as estrelas do céu e vou jogando no mar

ondas faceiras vão engolindo enquanto ronronam marulho...

O pensamento se perde, alça voo... LIVRE!

O Vento me presenteia com uma folha

deve ter vindo de longe - bailando, bailando, bailando...

Lhe causa estranheza minha presença solitária?

Ou será mera curiosidade de me ver ali, um ser patético, plantado na areia?

Olhamo-nos.

Ela ali, pousada ao meu lado, com aparência tipicamente outonal.

Sim, já vivemos muitas primaveras...

Quantos Ventos já nortearam nossos caminhos

nos conduzindo, nos embalando e nos arremessando?

Sorrimos.

Evito o impulso de tomá-la para mim

seria injusto.

O mar canta, encanta e lança uma pequena onda

que faz a folha voar para trás, assustada.

Pego a última estrela e lanço no mar,

o tempo volta a marcar as horas

e antes que me ponha de pé

lá se vai a folha, bailando, bailando e bailando!

Um dia, quem sabe, nos encontremos de novo

num banco de estação

antes da chegada do próximo trem?

HERMÍNIA ROHEN
Enviado por HERMÍNIA ROHEN em 17/05/2022
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