MEMÓRIAS DE UM FIM DE TARDE.

São lentos e silenciosos

os pousos das folhas de outonos

no poeirento colo do chão.

Eu as vejo caindo da glória

de onde um dia a vida lhe expuseram

as palmas do mundo.

Elas descem no baloiçar dos ventos

que as retiram do seu santuário

e as depositam nas agruras da vida,

o chão é um local de vida e desilusão,

por ele uma semente eclode,

e por ele uma folha se desfaz,

perdendo do belo, o encanto dos olhos.

Eu as vejo e as venero,

são tristes corpos que ás gramíneas

se misturam , e dali se perdem.

A mim as folhas dispersas

se assemelham,

me perco deste lado, onde as ilusões

terminam e pronto.

É esse o ponto máximo da vida,

nascer forte, ter vigor, sonhar,

para depois claudicar,

e num momento não mais existir.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 22/05/2022
Código do texto: T7521739
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