O CRIME E O CRIMINOSO
Meu crime foi não ter compreendido
o mistério dos teus olhos
e, assim, assassinado o brilho
que as palavras acendem.
Meu crime foi não ter visto
com o filtro do efetivo
o que acontecia em sua mente.
Meu crime foi ter me perdido
em profusões sem sentido
que se acumulam na pele.
Meu crime foi ter me repetido
no delírio reincidente
do meu ser intempestivo
e do quanto que foi dito
meu crime fatal e horroroso
foi ter ironizado o teu cachorro.