Tormenta
Nesse mar revolto da vida
Nutri o fio da esperança
Na expectativa de que a volta fosse acolhida.
Como jogador, gastei todas as cartas do meu baralho.
E usei todas as fichas na sua roleta.
Colhi o marasmo
E o vazio que só me atormenta.
Mas o sépia, só migrou para o cinza.
E dessas cinzas parece nem brasa brilha.
Os engulhos me atacam com ardor.
Ainda que eu tente nutrir com amor
O que sobrou dessa fina e frágil flor.
Esperança, por favor me escute.
Não deixe esmaecer o que resta deste pobre abutre.
Permita que o sol que vejo brilhe.
E me conceda o alento para que o amor se inicie.
Não deixe despedaçar de vez
A parceria que tanto sonhei.