Curumim-erê

Um estava, o outro veio, tirado (e trazido)

do seio da Mãe. Pau-brasil/Pindorama:

cama de muitos corpos, Ilha de Santa Cruz.

(A tua beleza seduz!;

a tua história, nem tanto.)

Regada a quanto pranto,

brotaste Brasil?

Verde, amarelo, azul anil:

o preto-branco

da paz! Que jaz? Quem faz?

Nem houve amor servil;

antes, sim, o que se viu:

marcas de sangue e de glória!

Palmares: vitória! Palmeiras reais...

Reais também tuas dores

em cores a tremular: Brasil!

De rio a Rio (salve, Salvador!)

fizeram-te amor-amar.

Do mar, Yemanjá se levanta

e a senzala toda canta! Das docas às ocas,

abençoa Tupã!

Pangeia-ímã:

Brasil-África-mãe-irmã!

Antônio Carlos Policer
Enviado por Antônio Carlos Policer em 11/06/2022
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