A Estrada

O mundo prega/

O que pais e a sociedade/

Aprendem e nos vendem como verdades/

Pra sermos alguém/

Negros,  índios, pobres...renegados/

Custe o custar devem/

Procurar  nos bens/

No dinheiro e na posição/

Nas drogas e nas falsas amizades/

O respeito e a felicidade/

Usar a moda e viver  hipocrisias/

Usar a máscara da fantasia/

Quer do primeiro ao doutorado /

Pra sermos alguém/

Pra sermos celebridades/

Nessa ribalta/

Temos que estar/

Na mídia/

Na evidência da sociedade /

Mas a frente da taberna/

Não temos nada/

Porque viver é não associar-se a ansiedade/

Quando chegar a melhor idade/

Não passamos de futilidade/

Somos a poeira de um chamado/

Devíamos ser como as flores/

E não enlatados/

A certa hora de um dia/

Quando já não há ninguém por perto/

Quando as festas se acabaram/

E os gritos eufóricos nos deixaram/

Sentimos o vazio/

Um silêncio e o frio/

É aí que começamos a ver/

Que tudo é igualdade/

Que tudo é vaidade/

Olhamos pra dentro da casa/

E vemos no horizonte/

Que o importante/

Não é ser a farsa da humildade/

Não  é  ter patrimonialidade/

Não é ser a estátua da liberdade/

É ser o amor/

Amar com sinceridade/

E desse amor...

Ser a solidariedade /

Aí se não for tarde/

Apreder-se-a em vida o que vale apena de verdade/

Encontra-se-a, então o caminho/

Da paz e da vida com originalidade/