Tempo sem errata

A muito que deixamos de nos conhecer...

Houve muitos espaços, e poucos foram os tempos,

Morremos por causa dos egos,

Silêncios que não traziam prazer(es)

E hoje continuamos cegos,

Nossos braços, em desapegos,

E a saudade não dá sossegos,

Hei-de morrer só por partir,

Mas, o tempo quis assim,

E não há como fugir...

Ainda que não resistamos na dor,

Talvez, se o tempos soubesse o que era amor,

Mas, agora já é tão tarde,

Nem que gingues com sedução,

Perderam-se as vontades,

Não estamos no mesmo diapasão...

A corda já não toca a mesma sonata,

O tempo não faz errata,

Contam-se às vezes que viste partir,

Contam-se às vezes que me viste a chegar,

Pois, eu ainda cá estava para te amar,

Mas hoje, nem as ondas conhecem o seu mar,

As memórias estarão cheias de recordações,

E o tempo, como sempre se renovando,

Em cada estações...

Partirei ao som da última corneta,

Hei-de morrer, antes que a poesia

Ressuscita o poeta,

Onde não se entrelaçam sentimentos,

Hei-de morrer na sombra dos ventos,

No enigma dos seus lábios,

Pois, a muito que não conheço tal sabor,

Ainda restam dúvidas...

Caso queiras saber,

Se um dia soubemos quem fomos,

Mesmo antes de sermos,

A música continua a mesma,

Mas, quem a sente já é uma outra pessoa,

O tempo passou por nós,

Diante daquela proa,

O sentimento esquinou,

Mesmo que o amor se doa...

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 18/06/2022
Reeditado em 18/06/2022
Código do texto: T7540521
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