deixei no chão molhado

meus rastros cansados

sem esperança de vida

com vontade de morrer

ser mais nada além de mim

depois correr atrás de uma noite

com estrelas cadentes

voltar do exílio seminua

pensar ser a deusa do amor

amar além do sagrado

ser profana na madrugada

gozar com as carícias da brisa do mar

ser água onde a terra racha

ser vida onde a morte grita

depois calar-me à porta de um cemitério

de lugarzinho no meio do nada

onde as cruzes na estrada dizem seus mortos

Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 21/06/2022
Código do texto: T7542861
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