Mutação.

Não esperarei mais por chegada,

A porta não estará aberta (se não for destravada),

Dores não mais serão reconhecidas no passado.

Direi adeus com certa alegria,

Sairei olhando para nada,

Enxergando a multiplicidade de dias desenhados.

Seguirei o contorno pela borda,

Onde sempre entorna a esperança,

Recomeçando das linhas imaginárias de lábios reais.

Acharei depois dessa tempestade, um pouco de tudo,

E certamente misturarei desejos e fatos,

Dosando a passagem que é visível.

Alcançarei nuvens para aperfeiçoar a utopia,

Serei um ponto que observará à distância,

Restaurando a racionalidade apenas onde ela paute reconstrução.

Deitarei as cores em pinceladas diversas,

Monumento fictício de minha visão,

Planejando de mim o espaço para o ir.

Não esperarei chegada... Serei partida.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 23/03/2005
Código do texto: T7543