SEGMENTO DA MODERNIDADE

Talvez esse amor não amado,

Ou aquele amor que se sentiu,

Mas não existe, nunca existiu,

O beijo sonhado que ainda insiste,

Seja parte de um armário mal arrumado,

Aquela arte que começamos a moldar,

E que por um motivo ou outro

Não conseguimos terminar,

E que um dia perde as cores.

Já perdemos o encontro

Por excesso de imaginação.

Vão as cores, ficam os amores!

Mas, e os humores exibidos, reprimidos?

Nada tem nada mesmo...

Não pense que está vazio, se está cheio,

Um veio de si à esmo.

A natureza cheirando e você alheio.

Hoje os cheiros são outros,

Outros encontros e restaurantes modernos.

Porque estacionar em antigos invernos,

Se o verão chegou e os apaixonados beijam?

Às vezes exagerados, sofrem calados,

Mas, até que fazem o que desejam...

E quando os carrascos percebem,

Eles já fugiram mais uma vez.

Não é fuga para o crime,

É uma fuga do inferno para o amor que eles concebem.

Os inventos são vivíveis,

Por isso que não são invencíveis.

Qual o sentido da modernidade,

Para o sem-sentido do amor?

Qual o sentido da saudade,

Para o fingimento do autor?

Nada vale o fragmento do amor primeiro,

Tem que ser o segmento de um amor diário,

Vivido por inteiro.

© Walterbrios

Walter BRios
Enviado por Walter BRios em 23/11/2005
Reeditado em 11/01/2006
Código do texto: T75456
Classificação de conteúdo: seguro
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