ABRO A JANELA

ABRO A JANELA

Abro a janela

Respiro o ar quadrado

Olho a luz sem sol

Sinto o cheiro incolor

Que emana do chão úmido

Uma folha morta desfila

No vento que a empurra

Nuvens de formas disformes

Não permite imaginar figuras

A palidez cinza do dia

Pede um café adocicado

Para afastar a preguiça

De olhar figurinos que passam

Com seus destinos privados

Assim como os sem destino

Em seus pedires pelo amor de deus

Que está em férias ou aposentado

Depois de tanto trabalho

Cheio de inutilidade

O mundo gira gira

Mas os giros são insuficientes

Para alguma humanidade

Sem a corriqueira desumanidade

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 27/06/2022
Reeditado em 27/06/2022
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