LEITURA DOS ARQUIVOS
Tudo que sonhamos somos nós o que vemos,
As coisas que sonhamos, somos nós o que temos.
Lemos os livros da vida e os arquivos do eu,
Temos escrito na vida as histórias do eu.
Às vezes e quase sempre tudo,
Não vemos o que se descortina no mundo,
Muita coisa passa alheia aos nossos olhos.
Quantos olhos bastar-nos-iam para ver o mundo,
E a outra parte do mundo que não está à mercê dos olhos?
É vasto o que eu penso dentro do que eu sinto.
E o que eu sinto é mais vasto ainda diante do que penso,
Que dirá o que vejo enclausurado neste labirinto.
As nódoas de cada passagem às vezes me tomam o senso.
Às vezes e quase sempre nos enganamos,
Às vezes nos vemos inerte dormindo.
Descansa o corpo, acorda o ser e sonhamos,
Então vemos o outro lado do eu subindo.
© Walterbrios
2 de outubro de 2005