Escotilha

Vivo constantemente com uma lembrança,

Eu não sei como abaixei a guarda.

Apanhei tanto, que descobri

Que a felicidade é momentânea.

Que a risada se tornou rara.

Tentei fazer por amor,

Entreguei de alma e corpo.

E meu pulso está gélido,

De longe avisto os corvos...

Infelizmente, queria viver.

E por descuido me sinto como peso morto.

É tudo repetitivo,

As mesmas coisas,

Mesmas consequências sempre.

Acarretando o vício,

E junto com a melancolia

Vem consigo

Uma espécie de recomeço,

Outro e infeliz ciclo.

A vivência é tão hostil,

Cria-se um monstro

Capaz de assassinar seu filho.

E pela primeira vez, me sinto bem

Porque não me encaixo nesse lírico.

Quem dera estar "curado"

Querendo ou não,

Preciso escrever um fim

Pra um projeto inacabado

De um livro.

"E verás que um filho teu

Não foge a luta."

A guerra nos persegue,

A paz é desconhecida, e

Sobrevivendo dia após dia.

Por um conflito de interesses que

Perdi um direito básico.

Meus poemas, me libertam

De um cárcere privado...

E mesmo assim, tocam a ferida. Destroem meu mundo.

Desisto de ter resposta pra tudo,

Me perdoe, se eu vivo

Na minha própria

Amargura e angústia,

É um costume pra deixar

O que não importa de lado .

E mesmo que eu tente com todas as forças...

Não consigo me livrar de um passado,

Com mágoas antigas.

O que me ameniza ?

Não são "amizades"

E sim a falsidade...

De uma suja hipocrisia.

Me sinto uma escória,

Uma praga que se esconde.

Construí, me destruí por mentiras.

Esperançoso de que,

Sem saber no que resultaria!

Ainda sim, preso observo tudo

Através de uma pequena escotilha.

Sempre dizem que uma história pode ser verdade,

Por qual motivo dessa vez,

Só dessa vez será diferente?

Sim, minto de forma inconsciente.

Meu fosso é espesso,

Toda vez que tento

Me reerguer, vejo um novo caos.

Eu me desço, e me afundo

De uma forma inerente.

Pois, já implorei por ajuda

Para "família" e "Deuses"

E nada resolveu.

Então não me culpem

Se me tornei irreverente!

A maior tolice um dia,

Foi entupir minha mente...

De sonhos com prelúdios

De fantasia e esperança.

Gabriel Atalla
Enviado por Gabriel Atalla em 11/07/2022
Código do texto: T7556964
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