Cruel espada ...

De gumes afiados vem a espada,

destruindo os sonhos, que ela teceu...

Descobri muito tarde, que essa fada,

era a bela prenda, que Deus me deu.

Entre outras fadas a confundi,

veio a espada e rasgou meu sonho.

Na dura refrega, eu a perdi...

Negro escuro, de vendaval medonho.

Que essa espada, rasgue já o meu peito,

doendo num doloroso castigo...

Manchei e profanei o seu leito,

são essas penas, que trago comigo.

Sinto meus lábios, nessa fria espada,

num castigo, de sangue já perdido.

Adentra-la louco, foi profanada ,

mas senti insano, que tinha vivido.

Nesta vida, serei eu o carrasco.

Essa espada me dará o descanso,

de tudo que é amor, eu já me afasto,

junto com a espada, à vida me lanço.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 24/11/2005
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