De quando o mundo me atacou

Eu estava inerme

a cara imberbe

as mãos mergulhadas no vidro:

completamente imóvel.

É.

Eu continuo nua

o frio abre a pele

as marcas perfeitas profundas

corte raso profano

barulho indeciso

não se sabe pr'onde olhar!

Mas onde se sente

não se racionaliza

nem economiza

se derrama, declama:

grita, assusta, empurra e puxa!

Talvez, mergulho denso.

Talvez, molhar descontrolado.

Talvez: é respirar congestionado

Grito no plástico

Sufoco atmosférico

Laís Romero
Enviado por Laís Romero em 28/11/2007
Código do texto: T756040