A FUGA

Não me descaibo

por vê-la em pensamento

neste aperto

onde me perco no silêncio

de tanto espaço

em que me aprofundo,

lento e pequeno,

no passo raso

que segue o rumo

de pés descalsos,

de um largo mundo

cada vez mais miúdo,

rapidamente minguado,

do teu riso que perece

no espírito descampado

de onde fujo e me segue

o rastro descuidado

um peregrino retirado

que me ameaça de passado

e não há imensidão

que me acoberte,

não existe multidão

que me minusculize,

até que eu caiba

e te escape.

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 19/07/2022
Código do texto: T7563375
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