O desespero cega, a esperança guia!...

Euna Britto de Oliveira

Coisas que colho ao acaso...

Panelas vazias, mesmo que brilhem, são tristes, se há fome...

O baile das amendoeiras acontece quando há vento!

Gingam, gingam...

E desarrumam as galhas

Antes, quietas.

Pintados de sangue,

O mar e o mangue...

Caranguejos fervilham no barro cor de chumbo

E são apanhados para o prato dos nativos...

A população de morcegos herbívoros no sótão,

Não sei se faz medo ou nojo.

O que faria com um rinoceronte que viesse a me pertencer?

E com um hipopótamo?...

Uns sofrimentos chegam.

Outros, a gente vai atrás...

Atrasado, o trem chegou

Com passagens, sem passageiros...

Não se arrepende a hora da história

Em que se cruzaram certos caminhos

E se trocaram certos carinhos...

O desespero cega,

A esperança guia...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 29/11/2007
Código do texto: T757180