OLHAR, OLHAR, OLHAR

Ao te ver me vendo assim

descubro o fim do fim

no pote do olhar.

Quando tão pouca nudez

mostrou tudo e cobriu

vergonha no olhar.

Não sentiu o teto em branco,

nem o lustre tonto

por tão vesgo amar.

Quando sobre as sensações

vivemos flutuar.

Ao me ver te vendo assim

descubro o fim do fim

de tanto procurar.

Essa louca busca pouca

cansada de descobrir

aonde nos achar.

Comoveu tanta fertilidade

sem nenhuma saudade

do olhar de dormir.

Quando, mesmo sem casar,

juntos irão fechar.