Sonho de Valsa

Será que teremos de erguer uma placa

Em qualquer praça

Pra marcar as desgraças

Que essas entrelinhas

Curva da história se posicionam agora

Como uma ditadura

Que aflora e ninguém controla

Dona das paredes frias

A impor um despadrão .

Como se aprende nas escolas a ser cidadão

Como uma senhora sem patrão

Avança sem trancas

Enquanto os olhos do povo ignorante e culto

Entendem como inovação

E assim dizem amém,

Enquanto muitos que veem se acovardam da fala

E se fecham como num túmulo de mala

Vejo toda essa lida como um acontecer

Que vem de encontro aquela ousadia,

Mesmo sob o teto

De se voltar contra o pai

Até entendo liberdade

Até sei dos direitos

E como diria meu avô, respeito

Mas não venha me moldar

Lido bem com desigualdades

Pois defendo a justiça

Democracia não é de sangue

Democracia não é dos reis

Nem saio nas ruas depois das seis

Porque Democracia...

Quando bem, é do povo.

Mas aqui, segue-se a lambança

Tem muita gente gritando

Tem muita gente se infiltrando pra propor a sua dor

O sol nasce para todos e não será a minha nem a tua luta

Maior do que a do condor

O que importa sob o sol

E vi diante de mim tantas ideias nascerem e morrerem

E vi diante de mim tantos vícios irem e virem

Mas esse povo, que sofre de um destino infeliz

Ainda levanta porque é aprendiz

E continuo vendo tantos loucos na estrada

Procurando a raiz ou procurando a árvore,

Enquanto que eu sigo com a flor,

Pois além da falta de consciência

Vejo que também desconhecem o amor

Assim um dia poderemos andar com os mesmos pés