CRIPTO
O céu não é o mesmo
de há um bilionésimo
de segundo.
Certo que nada é;
tudo está
e deixará de ser.
Depois
do depois,
nada além.
Pois...
Cavouco palavras
sem sentido
nenhum
no cemitério
das ideias.
Quisera
quimeras...
Mas, não!
Então
(inconcluso)
refaço.
Não faço,
senão.
Ilusão
de óptica:
o grito
é outro.
Aflito,
contrito:
ábaco.
Tabaco.
Cartilha decorada.
Sanfoneiam
acordes dissonantes.
O instante? Nada
de nada...
E nada
ao réles revés
destinado.
Saracura
que não cura
meu adoecer.
O ser
seria? será? ou é?
De estar-ser,
o brilho natimorto
crepuscula no meu olhar.
ANTÔNIO CARLOS POLICER