imerso imenso.

novamente sinto asco.

áspero, eriçado, ofegante,

dói novamente respirar

e renovar,

rememorar,

remanescer e renascer,

cerrar o punho,

espernear.

estou longe, vasto, só, decrépito,

esperma externo,

ideal eterno da moral salutar.

soluçar,

sufocar,

soluçar.

não pára agonia pura,

escura,

pintura,

escultura plástica,

artreiro pincel pincelando feitiçar.

e o corvo a espreita de outro vôo,

e sorver a colheita,

cheirar a carniça,

saborear os vermes,

os podres cernes,

o bom ar.

e o polvo escurece a vista denovo,

acidente biológico,

tinta ao mar.

amar polvo é dar sem ver

nem crer em volta,

tampouco falar,

pronunciar

respirar.

por quanto tempo aguento,

quando irei sufocar

deixo à poseidon,

ogun, oxalá,

Yemanjá,

Yemaya ou Yemoja

qualquer deus pagão,

qualquer africano orixá.

renato barros
Enviado por renato barros em 29/11/2007
Reeditado em 24/06/2010
Código do texto: T757766
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