Quiçá

Sou da Terra, não sou do mar

Não sou peixe mas sei nadar

Porém não tenho escamas

Somente a cama, para me esquentar

Minha mulher não é sereia

É feiticeira a me encantar

Dediquei-me um tempo a navegar

E assim pude então constatar

Que não há ilhas de desesperança

Por que de esperança se constitui

O verbo amar

Aqui, entre o azul do céu e o azul do mar

Percebo que preciso de terra firme para pisar

E que somente quando me sinto livre

Posso me deixar cativar

E nesse balanço das ondas do mar

Meu coração não mente, a minha mente

Deseja voar

E voando nesse sonho

No meu mais lindo sonho

Quero então mergulhar

Será que nesse mergulho vou te encontrar?

Ou simplesmente me afogar?

Talvez eu saiba um dia... quiçá!