...

estar aqui

entre os pinheiros apinhados de verde,

dracenas, cicas, véus de noiva e leques.

o asfalto liso ,

um pare invertido.

esse frio de um inverno quase europeu,

que luto pra não gelar minh'alma.

sonho a quentura do abraço infinito,

do amor sem freios e beijos de língua depois ou até quem sabe, os cem anos.

as mudanças acontecem num repente;

a gente só precisa acostumar os olhos a se enxergar ali, inserido na nova paisagem.

se ver pintado no quadro da parede onde uma porta destrancada pode te levar a uma nova acolhida.

aquelas ondas ficaram prá trás, mas os azuis, esses viajam sempre comigo( apesar dos cinzas e das cinzas ( nossa de cada dia)).

a janela de vidro, bem grande, está fechada

mas eu até passo por ela se , de repente houver nova caminhada ...

agora ainda é cedo prá pegar de novo a estrada.

esse aconchego aqui, de mil cores me ganhou

e o pássaro pousado num galho de árvore me chama a todo instante prá ouvir seu canto...