A lua em delírios

Da lua desnuda, que alumia almas chorosas e dispersa sentimentos fugazes, me chegam lembranças de outrora.

De saudade quase doce, não fosse a ferida.

De gente quase ausente, se não pela companhia de gente quase presente.

Dos minutos que se foram e com eles o que nunca foi meu.

Das lágrimas, ainda quentes, que correram no rosto um tanto enrugado, misturado com o sal do oceano que há em mim.

Essa lua descarnada, que me escancara a criança que o tempo separara do adulto que não sou... Do menino que em mim restou.

De quando brincar com um vira-latas no quintal, era coisa tão natural, que me assemelhava a ele.

Ah lua... Essa lua prateada, quase redonda, quase quadrada.

Acho que pretende devolver o pedaço que roubou de mim e que me deixou assim, tão inteiro.

Hoje te olho no céu e busco tirar-te o véu para ver o que resta em mim.

Sandro R C Costa.

Sandro Costa
Enviado por Sandro Costa em 17/08/2022
Código do texto: T7584530
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