Cronofobia
O tempo me dá o peso e o resto
Não saio ileso
Levo de mim o que testo
Se ainda estiver preso.
O tempo me dá falta e repulsa
O que ainda pulsa?
Coração que de raro oculta
Dores da vida adulta.
Tudo a mim demora
Desrespeito às minhas horas
De leveza e festa interna.
O ontem que regressa
E o amanhã, sempre sem pressa
São inércia e eterna espera.
O tempo me faz desdém e zelo,
Sorriso amarelo
E às vezes, montanha de gelo
Ante alguns apelos.