REVELAÇÃO
REVELAÇÃO
Que tal uma garoa
Não, não preciso de tempestade
Não preciso estar na proa
A popa me é mais confortável
Afinal todos somos mutáveis
Não quero luzes de ribalta
Nada me faz falta
A não ser uma água
Em que minha humanidade
Deságua
E seca cada vez mais
Parece nunca ser demais
A secura que me invade
Poeira da idade
Extrema revelação
Que logo partirei
E sobre o que não tenho ação
A não ser o conformismo
De que o abismo
Chega inexorável e inclemente
E no ausente
Não farei falta
Afinal a pauta
Muda a cada instante
E sou insignificante
Na finitude
Quem sabe mInha maior virtude