Do será, da vida

'Do será, da vida'

todo esse desquerer querendo

vida

não sei bem os quereres de onde vim

dos caminhos de percori

vivi

perdendo tempo, que passou

e nem ao menos me avisou

de que não volve, ou sequer

um tequinho retorna a

viver

parece uma sátira maluca

escrita por qualquer mal amado biruta

que insiste em querer finais abertos

dizendo serem poéticos os pontos soltos

os quais insistem num tal de

vivamos

na cegueira obscura da incerteza

dos próximos capítulos fétidos, coloridos

e acinzentados, esquentados num micro-ondas futuristico que usa energia solar queira Deus, já que Veneza nem deve estar existindo ali, fedida ou linda, ou a mistura dos dois. Quem saberá

viver-se-á

até que não se faça

e as trombetas ecoem

com a vinda do Filho do homem

viveremos

dentro da história da redenção

nessa espera, esperança

de novos céus e nova terra

viva

com essa realidade em vista

e não tire(mos) isso do olhar

assim, esse tempo que não volta

morre de velho outra vez,

matando nossos eus morridos e matados

assim, esses tempos

que virão com buchos murchos

ou cheios,

corações apaixonados

ou de conclusões cansados,

amores recheados de Eros, filos e agapes

transbordarão a paz

que vacila todas as fórmulas confusas de programadores madrugantes num fim de tarde ensolarado

a qual treme os conceitos mais profundos da filosofia moderna e antiga juntas numa prova de matemática qualquer

viveremos

não para nós

nossas crias, tias e agonias

mas, para Ele, que virá.

N.V - 08.22

LizaBennet
Enviado por LizaBennet em 26/08/2022
Código do texto: T7591876
Classificação de conteúdo: seguro