No Xingu
O chefe da tribo
era um tal de cacique;
usava um anel de aço
no seu dedo em riste.
A filha fugida:
“Meu coração formiga;
eu vou para outra latitude,
para longitude outra eu vou.
Vou escapar de barco.
Eu vou amar um anuro.
Eu vou beijar um batráquio”.
Disse o cururu:
“Perdoa, indiazinha;
tenho asco de ósculo.
Perdoa, por favor”.
Sábio o sapo:
Grande medo tinha
de virar príncipe,
depois sofrer de amor!
O sapo não lava o pé porque não quer.
(Para Cauã, Luísa, Rita, Ana Beatriz, Ana Júlia, David)