AMANHECE

AMANHECE

Amanhece

O róseo a rés do céu

Azul prenuncia infinito

Dia de sexta banal

Dia de mercadão

Comprar laranjas bananas

Quiabos preços dos diabos

Legumes verduras

Inflação e conjecturas

Ver gente de vidas duras

Mas como é boa a banalidade

O burburinho caótico

Sem ares de supermercado anódino

Gente que vende

Gente que compra

Gente que carrega

Gente que grita

Gente que atrita

Quanta gente

Sem frescura

Que sua

Sem prateleira

Sem ar condicionado

Sem gente de uniforme

Que beleza o disforme

A conversa aberta

O grito de alerta

Tudo palpita

Até o mendigo em desdita

Que implora um pastel

Para ele o céu

Regado a café coado

E papo desnorteado

Tudo é vida que respira

Tudo é gente que pira

E ao ir embora

Não dá para estar fora

Dessa banalidade

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 03/09/2022
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