Menino de rua
Que olhar amarelo o teu, doente,
apagado tanto que o peito contrista,
Com tantos sonhos jogados na pista
De uma vida sem rumo e demente.
A rosa de sangue e o presente
Preso na lágrima deste artista,
Sofredor que carrega sua lista
Para encenar sua vida deprimente.
O fantasma atira a sua fria seta
Ferindo seu corpo que secreta
Suas dores quando anoitece,
O mundo segue os seus caminhos
Na sarjeta balbucia sem carinhos
Palavras tristes em silenciosa prece.