IV-TE DEUM

E que outro caminho poderia ser seguido,

senão o que retorna ao repouso da criação?

Purificado dos venenos que sufocam,

inventados pelo mundo de ídolos enfermos.

O que serviu a miséria a todos nós,

a cada boca desesperada por falas eternas,

deu de sua própria carne corrompida

a parte que lhe cabia do tamanho da ambição.

Mas olhos cegos para brilhos efêmeros

peceberam na brancura das vestes acetinadas,

a lama que respingava dos pés do que a virtude pisava.

Assim fez-se redenção de tanta alma escravizada,

que se contaria em desespero nos dedos da mão.

E seja dada eterna glória e dízimo de fé,

à onipresença do medo que se diz liberdade.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 04/09/2022
Código do texto: T7598514
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