Tecendo Mundos Imaginários
Eu crio mundos,
mas eles se esvaem.
Em horizontes cinza,
em brisas de fim de tarde
e um pouco de música
lenta, escura, frágil.
Uma orquestras de sombras.
Construo montanhas,
mares, sóis e chuvas.
Modelo teorias,
Teço poesias,
Sonho realidades-mil
vidas de brinquedo,
sonhos de terra e areia
E tudo é tão quente
e distante e simples
e seguro e pequeno.
Eram breves as horas,
apressadas, sinceras e mudas.
Arco íris brilhavam
nas tardes mais escuras.
E o ar era gelado e doce
nos dias mais ensolarados.
E tudo, tudo se desmanchava
quando eu respirava,
ou pensava, ou falava,
ou tocava, ou sonhava
Tudo me abandonava
quando eu nascia.
Olhava, cansado e triste
o pôr do sol em preto e branco.
O sol mergulhava no mar
e a vida nascia no escuro
e dormia na grama sem cor.
Eu procurava sonhos que voassem,
ou livros que brotassem do chão.
Mas nada acontecia.
Lentamente, eu ia sumindo.
Lentamente, eu ia dormindo...