Tecendo Mundos Imaginários

Eu crio mundos,

mas eles se esvaem.

Em horizontes cinza,

em brisas de fim de tarde

e um pouco de música

lenta, escura, frágil.

Uma orquestras de sombras.

Construo montanhas,

mares, sóis e chuvas.

Modelo teorias,

Teço poesias,

Sonho realidades-mil

vidas de brinquedo,

sonhos de terra e areia

E tudo é tão quente

e distante e simples

e seguro e pequeno.

Eram breves as horas,

apressadas, sinceras e mudas.

Arco íris brilhavam

nas tardes mais escuras.

E o ar era gelado e doce

nos dias mais ensolarados.

E tudo, tudo se desmanchava

quando eu respirava,

ou pensava, ou falava,

ou tocava, ou sonhava

Tudo me abandonava

quando eu nascia.

Olhava, cansado e triste

o pôr do sol em preto e branco.

O sol mergulhava no mar

e a vida nascia no escuro

e dormia na grama sem cor.

Eu procurava sonhos que voassem,

ou livros que brotassem do chão.

Mas nada acontecia.

Lentamente, eu ia sumindo.

Lentamente, eu ia dormindo...

Elton Veloso da Silva
Enviado por Elton Veloso da Silva em 01/12/2007
Reeditado em 03/12/2007
Código do texto: T760600