ALGOZ

Do tempo

me desperdiço

em esperas

Fogem-me os ponteiros

no calabouço

dos insucessos,

a circunferência

é o arcabouço

dos não-regressos,

círculo ocioso,

do circo vicioso,

sorrisos

se perdem

em lágrimas

sem graça,

na despedida

nenhum paradeiro,

sobrou o picadeiro

de uma farsa.

Quem sou eu ?

Quem me tomas

com estardalhaço?

Sou da vida o domador

ou um mero palhaço ?

Sou avesso

da verdade,

atravesso-me

em ilusões

lugar-comum

daquele

que o tempo perdido

me tem como

amordaçada voz

e eu o tenho como

o meu pior algoz.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 27/09/2022
Reeditado em 27/09/2022
Código do texto: T7615598
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.