LUGAR NENHUM

Aprendi a ir a lugar nenhum

Ainda assim fui rumando sem esboço

Como não fosse um paradoxo

Nem tivesse vindo do paraíso

Ou de alguma espécie de fosso

Presencio pelos cantos como posso

Sou molécula de agua ou sombra

Caminho andarilho trôpego

Sobre o belo e o destroço

E se porventura tropeço

Contorno ou supero

Jamais esmoreço ao entrevero

Ou torno-me robusto

Desmancho ou evaporo

Apenas diante de mim mesmo

Adoeço e apavoro

Porque por mais que me saiba

Mais e mais me desconheço