RODOVIÁRIA

São tantos rostos, tantas faces.

Tantos moços e classes.

Sorrisos, lágrimas, avisos e

páginas de um novo dia.

Lindas, feios, bonitas e alheios.

Da seda, do linho, do couro

importado.

Nos gritos de ofertas de dor e

alerta... e as pressas:

_O bêbado?

_coitado!

...sujo de vinho, panos rasgados.

Presentes, indigentes e implora

o aleijado:

Um prato de sopa ou um pastel

molhado?

Quem é que está certo, quem

está errado?

os que estão lá em cima ou os

do outro lado?

Olha a cola, a esmola, o menor

abandonado!

Bolsas, sacolas, mochilas e

caixas.

Crianças, mulheres; a classe baixa?

Carros tão lindos que avançam as

faixas.

Esses que matam, serão classe

alta?

A fila tá grande e eu estou atrasado.

O ônibus tão cheio.

Lá vou eu, ...apertado.

Um dia tu passarás pela área e

verás como é o mundo pela

rodoviária.