AOS INTENSOS AMORES

Tenho mantido alguns intensos amores:

Às árias das flores e vinhos

Aos textos soberbos que sombreiam a alma e seus valores

Entre o sangue e os laços parentes

Por momentos da calma incontinente

Até mesmo pelas faltas da gente

Manter amores é arte que se espraia infinitamente

Pelos corredores donde o espírito encanta

Pelas singelezas em que a saudade se esconde

Disfarçada a espreita achando a felicidade de ser

Alguns amores nos pregam sustos e vão embora

Consomem até derreter os arredores das horas

E se fazem de tão íntima grandeza

Belos caminhos aos nossos perenes olhares

Atentos olhos que reluzem

A fartura que espuma e escancara nos seres

Sei que mereço manter esses avessos amores

Por isso vos amo às vezes