VIGÍLIA

Em que fictício cais

ancoras-te teu coração ?

Nas águas plácidas

mergulhas

teu corpo febril

à procura

dos teus naufrágios

— invisíveis —

dos afogamentos

impossíveis,

passíveis

de esquecimentos

improváveis.

Quedas‐te

nas calmarias

aparentes

ou cultivastes

sementes

inundadas

de procelas ?

Apressa-te!

O furacão

está a revolver

os ventos

mal resolvidos,

emergindo

as ventanias

que ainda sopram

na memória

inquieta.

Do horizonte

contemplo tuas

dúvidas,

teus pretéritos

desavisos.

O porto

ainda

não é seguro,

recusa-te

as amarras.

Prossegue

tua líquida jornada,

o oceano

carece

de tua

navegação

E o mar,

o amar

ainda

não

reconhece

em ti,

um marinheiro

de atracadouro final.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 08/10/2022
Código do texto: T7622650
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