Paulistas

A luz da garoa/

Na madrugada/

São delicadas/

Feras acomodadas/

Com suas falas arrastadas/

Olhares azuis ou verdes água/

Quando bem tratadas/

Parecem deusas/

Pra ser sensato , princesas/

Dos contos de fadas/

São raizes, damas/

Imigrantes/

Dessas noites ilustradas/

Que viciam os olhos na caminhada/

Ah se eu tivesse uma/

Como amada/

Só que a hora já é passada/

Já estou de idade avançada/

Embora solitário nessa estrada/

Quem há de notar/

Um mero galanteador na calçada/

Elas são como as flores mais belas/

Em noites de luar, Camélias/

A desfilar a vaidade na rua/

Com orquídeas e azáleas/

Causando comoção/

Entre os mortais do salão/

Causando desordem /

Em qualquer coração/

Cuidado é pouco/

Pois se os olhos parelham/

E o beijo aconselha a sedução/

Fuja, se não/

Envenenado está à alma/

De cobiça e tentação/

Você se prende e se envolve/

Com o âmago da sedução/

Seu tempo vira prisão/

Encarcerado com carinho/

Está a tua razão/

E envolto sob a insanidade da paixão/

Sem ter nem por que, enlouqueces/

Querendo sair não tens direção/

Porque não há cura/

Pra esse amor não/