É NOITE

É NOITE

É noite

Árvores que aurorearam cantando

Agora são só silêncios

O céu que era luz

Agora é treva

Luzes artificiais

Apagam brilho das estrelas

Burburinho nos bares

Amortecem as tristezas do dia

Faróis incessantes alguns

Vão aos lares

Ao encontro dos pares

Menos os dos bares

Que bebem a noite

Buscando lençóis que os guardem

Aos poucos tudo vai morrendo

Sobram os trôpegos

E os que vão vivendo

A sombra da noite

Em canto qualquer

Com o inseparável e único

Cão que não late nem morde

Qual o dono que nem sabe

Se é dono de si

Que dorme largado

E vai acordar

Com as árvores cantando

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 19/10/2022
Código do texto: T7631405
Classificação de conteúdo: seguro