Penumbra

Meu amigo/

Não me diga/

O que fazer/

Já basta o sistema por você/

Pois tem tanta ignorância /

Prostituindo a razão/

Que o caos imputou a ordem/

O padrão dos tolos/

E nessa via de sinal fechado/

A dor sai gemendo/

A fome vai matando/

E a indiferença normalizando/

Que nem sabemos o que resolver/

Além de muitos venderem a sua sanidade/

Além de muitos venderem a sua humanidade/

Pra ser celebridade/

A moda é sermos iguais nas atitudes/

Letais nas disvirtudes/

Com uma vida fulgaz/

Seguimos fiéis a vaidade/

Que pra alguns passa com a idade/

Seguimos fiéis a ambição/

Que tem escravizado essa geração/

Moedas no bolso e soberba no coração/

É o discurso da visão/

Por isso estamos no escuro/

Sem conseguir transpor o muro/

Quando procuramos a paz com os olhos/

Não há nenhum laço/

Não bastasse o riso escaço/

O ânimo sem traço/

Apáticos e perdidos/

Num imenso vazio/

Fazendo pouco caso/

Da dor que nos mata /

E do amor/

Que sequer conhecemos/

A não ser o do banco da praça/