Vícios e palavras

É falso dizer/

Que o meu coração/

Não enxerga mais você/

Porque todos os dias/

Penso no teu sorrir/

Como as espumas flutuantes/

Escritas na areia da praia/

No fim de cada tarde/

É falso dizer/

Que o meu coração/

Procura enganar a verdade/

Porque ao lembrar da tua boca/

Palmo, a palmo

Ofegante e calma/

Viciando o vício da minha/

Ah teu colo ao vento nu/

A seduzir as minhas vontades/

A induzir as minhas necessidades/

Ao teu bel prazer/

Minhas mãos/

Tantas vezes censurada/

No ardente do nosso instante/

Sobretudo no excesso da insanidade/

É altamente desejada /

A atiçar o fogo da alma/

Na excitação dos teus gemidos/

Que te convidam a perder o juízo/

E te descobrir além da idade/

A mulher, dona do espaço e da sensualidade/

Por isso, quando os nossos olhos se encontram/

A perguntar das dúvidas/

Nada tenho a verbar, pois sou de você/

É falso dizer/

Que o meu coração/

Não é parte na tua paixão/

Porque a nossa relação/

Está entre a luz e essa saudade/

Desdizer o que não sei/

Enquanto não estás comigo/

Seria como ferir de morte/

O meu melhor amigo/

Por isso digo-te/

Que outra não conheci/

E que o teu amor/

É o meu único abrigo/