Com orgulho sim senhor.

Vivo pelas estradas

Nos carros cortando os ventos,

Mas também pelas veredas

Cortando os matos cinzentos.

Sou vaqueiro,

Sou motorista,

Sou também bom sonhador,

Um louco sério bairrista

Com orgulho sim senhor.

Defendo todo o meu bairro,

Defendo minha cidade,

Defendo todo o NORDESTE

Com orgulho e com coragem

Por ser um cabra da peste.

Pego boi nas matas virgens

Arranco pés de favela

Rolo em cima da sela

No lombo do meu alazão,

Gado brabo pra mim é criança

Nem venha entrar nessa dança

Se não quiser ser peão.

Não fique mistificado

Pelos livros que folheia,

O nordeste também é rico

Tudo porque tem giríco,

Desprenda de ilusão alheia.

O que dizem

Alguns por aí

Por serem ignorantes,

Nos chamam de pedra bruta

Enquanto somos diamantes.

Somos acostumados

Com a lida das boiadas,

Pela frente domina um

Com a voz branda e falhada,

Alto pra tudo ouvir

Aquela saudosa toada.

[...] Hooo booi

A vida de um bom vaqueiro

Tem que ter um alazão

Uma loira bem gelada

E morena do cabelão

Uma festa de vaquejada

Gado na pista correndo,

Paz e amor no coração [...]

Não tenha preconceito algum

Nosso oxente

É Cultura,

O seu OK igualmente,

Mas não troco essa cultura

Ficarei nela pra sempre.

Segure e agarre a sua

Com fervor seja valente,

Não reclame dessas palavras

Escute-as atentamente,

Não sou melhor que ninguém

Mas sempre vivo contente.

Siga então sempre em frente

Dê um empurrão nas pedras

Que achar diariamente,

Vivam feliz e tranquilos

Sem desfazerem da gente.

Nós somos um grande povo

Que gosta de nossa gente,

Amamos a pátria amada,

E cuidamos dos mais carentes.

Vamos continuar aqui,

Sempre a fazermos repentes

Pra todo mundo ouvir

As histórias do passado

E repetir ao presente,

Para o futuro crescer

Respeitador e consciente.