O Juiz

Queria entender o por quê /

De você/

Se decidir por morrer/

Nessa vida tão bela/

Andar sem rumo/

Pelas ruas/

Da cidade a capela/

Procurando no vício/

Nocivo a qualquer idade/

Uma identidade/

Que nunca irá além mar/

Se você não aceita/

Mudar na racionalidade/

Por que tenho que alimentar/

A tua insanidade/

Esmolar-te, abordado por tua fome/

Porque afrontas-me com tua miséria/

Como se eu fosse o espinho da tua horda/

Se és vítima de imprevisto/

Se és produto de tua decisão/

Que declaração/

Devo averbar/

Porque tenho que te manter/

Se andas, se falas/

Se apresentas ares saudáveis/

Por certo não é meu o direito/

De julgo, a quem serves/

Se a mentiras ou verdades/

Porém, nesse ir ou vir/

Decidir, a quem devo seguir/

Se a sensatez ou a desgraça aparente/

Cabe a mim/

Tua pedida, me impõe aos muros/

Porque vens chorando a mim/

Ao que me consta/

Ainda não sei ler os corações/

Se esmolar pactuo com o sistema/

Se ouvir e não contribuir/

Haveras de seguir sem mudanças/

Cobrando de outros os teus demônios/

De certo mesmo, que por qualquer via/

Encontrarás um dia/

A tua mortalha/

Mas queria entender/

O porquê dessa sangria/

Pra avisar aos candidatos a adptos/

Como passageiros da agonia/

Que se as opções forem pelas mãos/

Se não me engano/

Serão deuses pagãos/

Como Ptolomeu em sua ação/