Tudo será olvido

Já cruzei tantas vezes essas mesmas esquinas

Que nem consigo mais encarar tais vistas.

Tudo e todos estão tão próximos e tão distantes...

A poeira desse chão, tão duro e imperdoável,

O qual não consegue tocar as estrelas errantes,

Tudo já faz parte dessa argila aquilina

Onde vivem os papiros de meu passado,

(Este Tempo, que se esfuma, sem nada ter decifrado).

Existiu, quiçá, na escuridão uma afiada espada,

Ou, quem sabe, uma rosa amorosa. Entretecidas

Sombras ocultam-nas, hoje, em suas ressentidas guaridas.

Afinal, as cinzas são tudo que nos está destinado. Mais nada!

De todas as máculas e máscaras de que seremos absolvidos

Seremos na Morte meras fotos, lutas, paixões, tudo será olvido!

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 20/11/2022
Reeditado em 21/11/2022
Código do texto: T7653934
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